Uma
nova estratégia para erradicar em todo o mundo a poliomielite, também
conhecida como paralisia infantil, e que afeta principalmente o sistema
nervoso da criança, busca reforçar a segurança dos vacinadores, que
precisam enfrentar a violência em alguns países, e eliminar os focos da
doença até o final do próximo ano, indicaram nesta terça-feira (2)
autoridades sanitárias.
O
novo plano, aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi
traçado para aproveitar os progressos contra esta doença e garantir um
mundo livre da pólio até 2018. A estratégia foi anunciada em Washington,
na sede da Fundação Bill e Melinda Gates.
Mas
ainda há obstáculos a superar, como acabar com a violência contra os
vacinadores na Nigéria e Paquistão, e levantar os US$ 5 bilhões
ecessários para os próximos seis anos, indicaram os pesquisadores da
Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio (GPEI).
Na
Nigéria e no Paquistão, as autoridades acusam a vacina de conter carne
de porco, cujo consumo é proibido pelo Islã, ou de tornar estéreis
aqueles que a recebem, o que alimenta rumores de um complô ocidental
para impedir a reprodução dos muçulmanos.
A
poliomielite, que já foi um flagelo global, agora é endêmica em apenas
três países, e as autoridades da saúde buscam sua erradicação. Apesar
dos recentes ataques mortais a postos de vacinação na Nigéria e no
Paquistão, estes dois países e o Afeganistão conseguiram em 2012 vacinar
mais pessoas e reduzir os casos de poliomielite, segundo a GPEI.
No
ano passado foram registrados apenas 223 casos de poliomielite no
mundo, em comparação com 650 em 2011. Afeganistão, Nigéria e Paquistão
estão "no caminho para acabar com a transmissão (da doença) até o final
de 2014", disse o GPEI em um comunicado.
"Isso será cumprido se as tendências atuais forem mantidas e os
desafios de segurança não tiverem um impacto duradouro sobre as
operações", acrescenta.
Reforçar
a segurança nos postos de vacinação, realizar campanhas mais curtas,
trabalhar com os líderes da comunidade muçulmana para que apoiem a
vacinação contra a poliomielite e destacar a neutralidade política dos
vacinadores são alguns dos elementos-chave da estratégia de vacinação.
Outra
mudança importante no âmbito deste plano é eliminar o uso da vacina
oral contendo vírus enfraquecido da poliomielite, substituindo por uma
vacina injetável, com vírus inativo. A estratégia requer que a mudança
seja concluída em 2019 ou 2020. No entanto, isso exigirá que as
autoridades de saúde encontrem uma vacina acessível e que os vacinadores
recebam treinamento.
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