O
Ceará registrou, na última quarta-feira (24), mais um óbito por
influenza pandêmica (H1N1 ou gripe A), no Interior. Outra pessoa morreu,
no mesmo dia, por gripe sazonal, a forma grave da doença. Na semana
passada, foi contabilizado o primeiro óbito. Um homem, de 52 anos, de
Baturité vítima de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) da gripe A, o
que perfaz duas mortes neste ano. No ano passado, oito pessoas morreram
de gripe no Estado.
A
cobertura vacinal do Estado é de 38,22%. Já na Capital, o percentual é
de 21%. A meta é imunizar 80% das pessoas dos grupos prioritários Foto:
Tuno Vieira
Até o dia 13 de abril de 2013, foram confirmados
19 casos de H1N1 e nove de outros tipos de vírus respiratórios, como
Adenovírus, Vírus, Sincicial Respiratório (VSR) e influenza A sazonal.
Fora disso, 84 foram notificados com gripe A.
Uma mulher de
Pindoretama também morreu, neste ano, mas da forma mais comum da doença.
Os números são o boletim técnico da Secretaria da Saúde do Estado do
Ceará (Sesa).
O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonsêca, aponta que ações
estão sendo tomadas para impedir que mais óbitos de H1N1 aconteçam. O
primeiro deles, a prorrogação do prazo para vacinação dos grupos de
risco. Agora, os idosos com mais de 60 anos, as crianças de seis meses a
dois anos, os indígenas, as gestantes, as mulheres no período de até 45
dias após o parto, as pessoas privadas de liberdade, os profissionais
de saúde, além das pessoas que têm doenças crônicas terão até o dia 10
de maio para se imunizarem.
Por enquanto, a cobertura vacinal do
Ceará é de 38,22%, o que corresponde a 525.056 pessoas. Já em
Fortaleza, o percentual é de 21%. Os municípios com porcentagem menor
que 40% preocupam o Ministério da Saúde. No Ceará, Solonópole está com
14%, Paracuru, com 17% e Granja, com 18%. Das cidades maiores, Juazeiro
do Norte tem a cobertura de 27%, Caucaia, de 25%, Maracanaú, 36%, e
Sobral, de 36%. A meta é alcançar 80% de cobertura.
Fonsêca
revela que a Sesa está encaminhando para os secretários dos municípios
cearenses circulares solicitando ações para aumentar o número de
imunizados. Ele alerta que a vacinação precisa ser ampla e homogênea nos
municípios e bairros.
O infectologista Anastácio Queiroz
comenta que o problema da gripe A ainda é a falta de diagnóstico.
“Muitas unidades de saúde de Fortaleza e dos municípios do Interior não
têm como colher material para realizar o teste, daí a dificuldade”.
Sobre
riscos de uma epidemia, como aconteceu no município de Pedra Branca, em
2011, o médico revela que não há motivo para preocupações. Ele lembra
que os casos que têm surgido são com pessoas dos grupos de risco, que já
possuem uma doença de base, por exemplo. “Achamos que a H1N1 era muito
mais grave do que é, mas, mesmo assim, ainda tem matado pacientes. A
vacina é efetiva”.
O infectologista recomenda que quem estiver
com sintomas e não sentir que está melhorando procure um serviço de
saúde para fazer o diagnóstico a fim de evitar riscos. Sobre a baixa
cobertura da Capital, a coordenadora da imunização, Regina Peixoto,
explica que é difícil fazer com que os adultos se vacinem.
Na
Capital, dois postos funcionam para imunização, além de um ponto de
apoio na Av. Beira-Mar e três unidades que cobrem o período noturno. As
vacinas são distribuídas nas creches e em instituições para idosos e
crianças e hospitais. Os acamados podem telefonar para a Secretaria
Municipal de Saúde e solicitar uma visita.
Fonte: Diário do Nordeste
0 Comentários