Aproximadamente 130 policiais federais
dos estados de Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte
desencadearam ontem a "Operação Balaiada" e prenderam ao menos 14
pessoas, todas em Caxias (a 368 km de São Luís). Os detidos são
acusados de pertencer a uma quadrilha que fraudava a Previdência Social
no Maranhão. Os golpes podem ter rendido aos acusados perto de R$ 4,5
milhões. Veículos, cartões do INSS, documentos previdenciários e
malotes de dinheiro também foram apreendidos.
Ao todo, a PF foi incumbida de cumprir
38 mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária e 23 de busca e
apreensão. Até ontem à tarde apenas uma pessoa - que não foi
identificada - continuava sendo procurada pelos policiais.
Os nomes das 14 pessoas presas são:
Gilson Costa e Silva (funcionário do INSS), Margareth Mourão Ramos
(gerente da filial maranhense do Banco Schahin, de São Paulo), Alan
Kardec de Jesus Castro Sobrinho, Altemar de Jesus Lemos Neto, Ezequias
Ferreira da Costa, Francisco L. Eliazar da Silva, Carlos André da Silva,
Francisca Pereira de Freitas e Silva, William de Araújo Silva, Eduardo
Corrêa da Silva, Lindomar da Cruz Cordeiro, Manoel Cordeiro Divino
Filho, Rommel Lima Mourão e Manoel Rufino Macedo Neto.
As investigações da PF tiveram início
em abril do ano passado e apontam fraude em benefícios referentes a
Pensão por Morte Previdenciária, Salário Maternidade (área rural) e
Aposentadoria por Idade (áreas rural e urbana).
A quadrilha desarticulada utilizava
idosos para se passarem por terceiros e obter a concessão ou a
renovação de benefícios, fazer saques por pessoas falecidas, e vendia
cartões magnéticos de benefícios de segurados mortos, mas ainda ativos,
na Previdência Social, assim como de segurados vivos.
A PF informou que o grupo também atuava
na falsificação de documentos de segurados vivos e mortos, com a
finalidade de angariar recursos de empréstimos consignados junto ao
Banco Schahin, de São Paulo, e na aquisição de extratos de benefícios
previdenciários para o crime de estelionato, forjando documentos com a
participação de funcionários de um cartório de Caxias.
Segundo a Polícia Federal, foram
encontrados ainda indícios de irregularidades como adulteração de
idade, utilização de CPF ou dados de outra pessoa para obtenção de
benefício, segurados aposentados como trabalhadores rurais com vínculos
empregatícios na área urbana, pessoas do sexo masculino registradas no
benefício como se fossem do sexo feminino (possivelmente para
justificativa de idade inferior à exigida para a concessão do
benefício).
Nos casos específicos de Salário
Maternidade, foram apontadas fraudes para justificar nascimentos
inexistentes, alterações de datas de óbitos a fim de justificar
pagamentos retroativos e benefícios da área urbana com número de
contribuições inferiores ao mínimo exigido para o ano do requerimento.
Todos os presos foram levados para a sede da Polícia Federal em Teresina (PI).
Maranhãoagora.com
0 Comentários