PMs confundem tacos de sinuca com armas e metralham atletas que vinham para campeonato de sinuca em São Luís

PMs confundem tacos de sinuca com armas e metralham atletas que vinham para campeonato de sinuca em São Luís


Policiais Militares do Ceará metralharam um veículo Toyota, modelo Corola, com quatro atletas de sinuca da Paraíba que se deslocavam por terra para São Luís, onde participariam do V Campeonato Norte/Nordeste de Sinuca, que começa nesta sexta-feira, na Associação Atlética do Banco do Brasil, em São Luís. José Messias Guedes Oliveira (Messias), de 35 anos, que viajava no banco de trás, morreu atingido com tiro a altura da virilha. Os demais escaparam milagrosamente, sendo atingidos de raspão e com estilhaços de bala.

Naturais de Patos, na Paraíba, Messia, Gutiely Pereira de Araújo (Gutiely), Wendel Félix Xavier de Medeiros (Wendel) e um 4° atleta, identificado como Josean, saíram de Patos, às 20h30 de terça-feira, para o evento de sinuca de São Luís.
Pouco depois de 1h da madrugada, parararam no posto de combustível para fazer um lanche, a 60 km da cidade de Campos Sales, já no interior do Ceará. Em contato com o Informante, Wendel de Medeiros, que estava no banco de trás do Corola, dirigido por Gutiely, contou como tudo aconteceu: "Nós lanchamos e ficamos conversando um pouco com o frentista. Depois de tudo, soubemos que quando saímos ele, ou alguém do posto, ligou para a polícia dizendo que havia 4 homens com armas no Corola e que estavam indo na direção de Campos Sales. O frentista viu os nossos tacos de sinuca nos estojos e imaginou que se tratavam de armas.  Exatamente 62 km depois do posto, pouco depois de 2h da madrugada, já na entrada de Campos Sales, percebemos umas 4 viaturas da polícia paradas, em sentido contrário, uma delas com o giroflex ligado e as outras com as luzes apagadas. Sem saber de nada, continuamos. As viaturas estavam posicionadas no sentido contrário. Não haviam cones, cancelas, nada..., a nossa pista estava livre. O local era completamente escuro. Quando emparelhamos com eles, passando devagar, os policiais abriram fogo contra o nosso carro. Gutiely acelerou e, 500m depois, quando vimos a igreja da cidade, já no claro, paramos o carro. Eu tinha levado um tiro de raspão na nuca e Josean estava com ferimentos de estilhaços de bala nas pernas e braços. Gutiely nada sofreu. Eles chegaram em seguida mandando todo mundo descer do veículo e deitar no chão. Desci com Gutiely e Josean, mas Messias continuou dentro do carro. Deitados, com as mãos na cabeça praticamente gritamos para os policiais que eramos pais de família e não bandidos. Eles checaram o Corola e constataram que as 'armas' que imaginaram eram apenas tacos e providenciaram socorro para a gente. Quando chegamos ao hospital não tinha praticamente nada..., desfibrilador, morfina, nada... Messias estava com ferimento de bala na altura da virilha, e morreu no hospital, sem condições de receber um atendimento que pudesse lhe salvar a vida."

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