Hospital do Câncer Aldenora Bello suspende serviços por falta de recursos

O Hospital do Câncer Aldenora Bello deve suspender o oferecimento de uma série de serviços a partir do dia 12 de agosto por falta de recursos. O anúncio foi feito em um ofício enviado ao Secretário Municipal de Saúde, Carlos Lula Fylho.
“Para consulta sobre eventuais medidas que possam ser propostas pelo Estado do Maranhão e/ou Prefeitura Municipal de São Luís para contornar a situação ora exposta, esta Fundação leva a seu conhecimento o seguinte”, começa o documento.
Segundo o documento assinado por Antônio Dino Tavares, os serviços de pronto atendimento oncológico; tratamento da dor e cuidados paliativos e o atendimento domiciliar. Além disso, há uma longa explicação do porquê do encerramento destas atividades.
“Diante dessa situação, que se arrasta há 8 anos, e para não inviabilizar as principais atividades da unidade hospitalar desta Fundação, no tratamento de pacientes portadores de câncer, vê-se na contingência de suspender os serviços acima mencionados, o que está programado para ser feito a partir do dia 12 de agosto de 2018”, explica o ofício.
Após um convênio de dois anos com o Governo do Estado, entre 2008 e 2010, o “contrato” foi finalizado e nos últimos oito anos, a Fundação Antônio Dino, responsável pelo Hospital, arcou com as despesas destes serviços.
“Como a Fundação já havia feito vultosos investimentos em construções, ampliações, adaptações, equipamentos, móveis e contratação de pessoal qualificado, para aqueles serviços, e sempre havia a expectativa de renovação do Convênio com o Governo do Estado, a Fundação os manteve, assumindo a plenitude dos custos, ensejando déficits mensais crescentes, o que levou à necessidade de contrair empréstimos bancários, para supri-los”, afirma o ofício.
A Fundação reforçou também que o Hospital do Câncer Aldenora Bello continuará a prestar os demais serviços médico-hospitalares de tratamento do câncer, como já o faz há décadas.
UTI Pediátrica
Além dos serviços “perdidos” sem o convênio, a Fundação também explica a impossibilidade de pôr em funcionamento a UTI Pediátrica exigida pelo Ministério da Saúde. Apesar disso, com a captação de recursos a construção e aparelhamento da unidade deve ser completada.
“Além desses fatos, esta Fundação viu-se obrigada a desativar nove leitos de internação oncopediátrica para atender exigência do Ministério da Saúde, a fim de construir uma UTI Pediátrica com 5 leitos, o que é deficitário. A quantidade mínima para otimização dos custos é de dez leitos. A construção foi garantida com recursos do Instituto Ronald Mc Donald. Os equipamentos foram adquiridos em licitação pública com recursos de emenda parlamentar estadual. A operação dessa UTI Pediátrica traria um déficit adicional de R$ 346.907,00, por isso, completaremos a construção mas não vamos conseguir pô-la em funcionamento”, explicou.
Outro lado
Em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Aldenora Bello foi informado à reportagem que não haverá nenhuma manifestação acerca da “carta” até obter-se uma resposta da Prefeitura de São Luís ou do Governo do Estado.
Portal Guará

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