Governo e Organização Mundial da Saúde iniciaram testes
na comunidade de Basse-Guinée, uma das áreas do país com mais casos; a
vacina foi desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O governo da Guiné e a Organização Mundial da Saúde
iniciaram o primeiro teste de uma vacina contra o ebola, na comunidade
de Basse-Guinée, uma das áreas do país mais afetadas pelo surto.
Segundo a OMS, a vacina VSV-EBOV foi desenvolvida pela
Agência de Saúde Pública do Canadá e quando as equipes de testes
chegaram no pequeno vilarejo de Coyah, na segunda-feira, a resposta da
comunidade foi "excelente".
Marco
O representante da OMS na Guiné considera a operação um
marco, por trazer esperança sobre se ter, em breve, um método de combate
ao ebola, caso seja comprovada a eficácia e a segurança da vacina.
Segundo Jean-Marie Dangou, o começo dos testes clínicos
da vacina nesta quarta-feira é um dos "passos mais importantes
alcançados na busca de uma linha moderna de defesa contra o vírus
ebola".
Método do Anel
Médicos treinados, vacinas e outros equipamentos
essenciais saíram da capital Conacri para o vilarejo de Coyah. Neste
primeiro momento, apenas adultos serão vacinados, porque são os que
correm maior risco de infecção, de acordo com a OMS.
O método do anel funciona da seguinte maneira: primeiro,
são identificados pacientes com ebola infectados recentemente. Depois,
são vacinadas todas as pessoas que tiveram contato com o doente, criando
assim um "anel de imunidade", com o objetivo de interromper a
transmissão do vírus.
Resultados
Cerca de 10 mil pessoas devem receber a vacina contra o
ebola em 190 "anéis" e os testes podem durar entre seis e oito semanas.
Os voluntários serão acompanhados por três meses e os resultados estarão
disponíveis em julho.
A OMS explica que a estratégia do anel foi utilizada na
década de 1970 para erradicar a varíola e permite vacinar as pessoas com
grande risco de contrair ebola. A Organização Médico Sem Fronteiras,
parceira da iniciativa, destaca que os testes de vacinação são
voluntários, com participação confidencial e não remunerada.
Fonte: Radio ONU
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